Chove. Temos as meias nos pés e os lápis nas mãos. O Douro brinca de se esconder sob uma renda bonita e molhada. Chove, mas há muita cor e calor por aqui.
O outuno finalmente prateou o céu da cidade. Os guarda-chuvas dançam aos pares na pressa da manhã que começa molhada. Tem de haver alguma coisa doce no meio do cinza.
A romã vem contrastar e encher o outono de cor e sabor. Com propriedades antioxidantes, antinflamatórias e anticancerígenas é uma fruta de receitas muito versáteis.
Mini-quiches de queijo brie e romã, com uma folhinha de manjericão ou hortelã são boas opções para aproveitar a massa quebrada que vegeta no fundo da geladeira.
Rúcula, romã e requeijão, temperados com azeite, sal marinho, orégãos, pimenta e balsâmico são uma excelente combinação para entrada ou acompanhamento.
Gostaria de ter fotos do sumo da romã, uma delícia, obtida simplesmente espremendo a fruta ou mesmo batendo na varinha mágica. Mas a pequena é mais rápida do que qualquer velocidade do obturador e lançou-se com tanto gosto ao copo que eu só consegui sorrir.
Sim, há muita coisa doce no cinza.
Feliz início de outono.
Um novo projeto, daqueles que nos enchem o peito das desventuras rotineiras e nos fazem olhar para os dias com a alegria de um recomeço.
La Petite Cuisine veio da paixão pela cozinha, aliada à fotografia, e uma amizade inspiradora.
Foi através do trabalho da Joana Gaio que surgiu a idéia de juntar tudo numa receita só.
Panquecas arco-íris em forma de coração, para alegrar a manhã e encher o dia de amor.
Acompanhadas de mirtilos e iogurte grego.
Colorimos com corante alimentar, mas pode ser feito através das cores dos vegetais: beterraba, espinafre e tantos outros...
Uma receita básica de panqueca, ovo, trigo, um nadinha de açúcar e um pouquinho de leite.
Feito à olho, com o coração.
Espreitem o lindo trabalho da Joana Gaio!
http://www.behance.net/joanagaio
http://a-esquimo.blogspot.pt/
São manhãs de quase outono, em que só queremos silenciar o despertador entre os cobertores e ficarmos no aconchego que é só nosso, do é que só nosso.
Iogurte grego com manga, framboesas, maracujá e amêndoas. Uma bolacha de aveia, para nos lembrar que não se deve comer na cama e postais das saudades que me traz Santiago de Compostela.
Quando vejo o mar lembro sempre de uma cena do "O carteiro e o poeta" em que o Pablo Neruda recita um poema ao ritmo do mar e o carteiro diz que se sente enjoado como se estivesse num barco, dando voltas nas palavras do poeta. E o carteiro então, na sua simplicidade, entende o significado da palavra metáfora.
O mar é-me uma grande metáfora de sim e de não. Constante, que se renova e repete.
Praia da Comporta, São Torpes (carinhosamente Saint-Tropez, para nós), Porto Côvo, Sines.
Todas deixam a saudade de um banho ansiado há cinco anos.
Lavei a alma nas águas claras do Alentejo.
Lavei a alma nas águas claras do Alentejo.
A manhã de hoje fez-se de sol e um friozinho convidativo ao pijama e à preguiça.
Para escapar ao marasmo do domingo e da TV, reviramos as nossas tintas e pincéis, na missão de nos deixarmos levar pelas cores.
Ainda apijamadas misturamos quantas cores pudemos, no papel no chão e no nariz.
E assim a manhã acordou o dia que nascia só para nós duas.
A Pousada de Dom Afonso II, em Alcácer do Sal é linda. Descansar à beira na piscina, sossegados e rodeados de História foi uma experiência única. Os corredores da Pousada eram decorados com poltronas, pinturas e tapeçarias incríveis, obras de arte espalhadas por todos os cantos, ruínas romanas e verde, muito verde.
De Alcácer rumamos a outras cidades, praias e vilas lindíssimas. Alentejo, te quero tanto!